A produção de espécies reativas
como as de oxigênio (ERO) e as de nitrogênio (ERN), desempenha um importante
papel no metabolismo humano e em diversas condições fisiológicas. Ambas as
espécies reativas citadas desenvolvem papéis com caráter benéfico e nocivo ao
organismo, por exemplo, ambas desempenham importante função no processo de
fagocitose, por outro lado essas espécies podem causar danos ao DNA, às
proteínas, peroxidação lipídica, doenças, envelhecimento e a produção
exacerbada destas espécies reativas leva ao estresse oxidativo.
O enfoque desse texto é sobre as
ERNs. A ERN principal e que a partir dela as outras espécies reativas de
nitrogênio são formadas é o óxido nítrico NO*.
O óxido nítrico é um gás, inorgânico,
incolor e radical livre por possuir em sua configuração eletrônica sete
elétrons do nitrogênio e oito elétrons do oxigênio resultando em um elétron
desemparelhado.
O óxido nítrico é sintetizado nos
organismos vivos a partir da conversão do aminoácido L-arginina a NO* + L-citrulina (outro aminoácido), reação
catalisado pela enzima óxido nítrico sintase (NOS).
Reação de formação do óxido nítrico catalisada pela enzima óxido nítrico sintase (NOS).
Esse radical foi originalmente
identificado como fator relaxante derivado do endotélio (“endothelium-derived
relaxing fator” EDRF), pois o NO* produzido nas células endoteliais desempenha
um papel essencial no processo de relaxação dos vasos sanguíneos e consequente
regulação da pressão arterial. É um radical abundante e atua em uma variedade
de processos biológicos como relaxação muscular, neurotransmissão, regulação
imune e, além disso, difunde-se rapidamente pela membrana celular.
Quando o NO* é exposto ao ar, o O2 reage com esse radical
formando NO2*.
O radical NO2* é um potente iniciador da peroxidação lipídica
em fluídos biológicos.
O radical superóxido O2* também reage com o NO* formando o intermediário peroxinitrito ONOO-.
Esse intermediário
formado é um potente oxidante, instável e com tempo de vida curto. O ONOO-possui propriedades
semelhantes ao radical hidroxila OH-*, causa danos a
diversas moléculas biológicas, oxida os grupos sulfidrilas (-SH) das proteínas a
pontes dissulfeto (-SS) e provoca hidroxilação e nitração de compostos
aromáticos. O peroxinitritio pode ainda reagir com um próton e formar o radical
hidroxila independentemente da presença de metais de transição.
Essas foram as
principais ERNs formadas a partir dessa extraordinária molécula (NO*). O NO* produzido pelas células epiteliais é essencial
para a homeostase celular e vem sendo alvo de estudos para prevenção de doenças
cardiovasculares. Em células imunes efetoras ativadas o NO* é o principal mediador citotóxico e constitui
a principal molécula reguladora do sistema imune. Atua como
mensageiro/modulador em diversos processos essenciais aos organismos vivos. No
entanto, o óxido nítrico se torna potencialmente tóxico em situações de
estresse oxidativo, geração de intermediários reativos do metabolismo do
oxigênio e deficiência do sistema antioxidante.
Lorenna Rocha
Estudante de Química - UnB
Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n5/a46v30n5.pdf
http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v39n4/18548.pdf
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