Além dos sistemas de defesa endógenos, os antioxidantes exógenos são de grande importância e devem estar presente na alimentação diária de todos.
Dentre os antioxidantes exógenos, tem-se a vitamina C (ácido ascórbico) como a mais difundida pelo conhecimento comum. Sendo encontrada em frutas cítricas (como limão, laranja, maçã, etc.), como também em comprimidos efervescentes que auxiliam quem possui uma dieta precária desta vitamina ou utilizados por adeptos à ideia de que se evitará resfriados a partir daquele "refrigerante de laranja em comprimido".
A vitamina C é hidrossolúvel, ou seja, por estar presente no plasma sanguíneo, é responsável por inibir os radicais livres antes mesmo que estes cheguem à membrana celular, como reduzindo espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio. Além disso, sua hidrossolubilidade permite que o excedente ingerido seja eliminado.
Imagem 1 - estrutura do ácido ascórbico.
O ácido ascórbico corresponde a uma forma oxidada da glicose, porém, devido à esta reação de oxidação ser catalisada pela enzima L-gulonolactona-oxidase, sendo que está ausente em seres humanos e por isso esta vitamina deve ser consumida em determinadas doses (que variam de pessoa pra pessoa). Sendo que é comprovado que altas doses de vitamina C (acima de 2g/dia por certo período inibe a ação de antioxidante, sendo que a vitamina C passa a ser um pró-oxidante).
Tabela 1 - ingestão recomendada de vitamica C (mg/dia)
No plasma, o ácido ascórbico é transportado na forma de ascorbato, sendo independente de um transportador para sua circulação em meio extracelular. Porém, no interior das células sanguíneas o ascorbato é transportado na forma de deidroascorbato, por questão de permeabilidade com a membrana, sendo que se retorna a forma de ascorbato depois de estar no interior das células.
Imagem 2 - mecanismo de oxidação do ascorbato.
A vitamina C pode aumentar a biodisponibilidade do ferro, já que o mantém em sua forma reduzida de Fe(II), estimulando sua absorção. Outra função desta vitamina também é como cofato de numerosas reações que requerem cobre e ferro como antioxidantes hidrossolúveis. Além disso, a vitamina C participa da hidroxilação do colágeno, da biossíntese da carnitina, de hormônios e aminoácidos.
Na época das grandes navegações, a doença conhecida como escorbuto (ou como "mal de Angola" devido à posição geográfica onde os surtos de sintomas começavam a afetar as tripulações), que é devida à falta de vitamina C no organismo. Esta doença foi endêmica nesta época devido à precariedade de frutas frescas nas navegações, onde a alimentação era baseada em biscoitos e carne seca. Os principais sintomas são a inflamação da gengiva, perda de dentes e sangramento.
Em 1746, o médico cirurgião da marinha britânica, James Lind, através de experiências clínicas, determinou a cura da doença com a ingestão de frutas cítricas, mas devido a dificuldade de transporte de frutas e verduras nas grandes navegações, substituíram as frutas por substâncias ácidas, por inferir que a necessidade estava em doses de acidez. Hoje, esta doença é raramente encontrada em países desenvolvidos, mas ainda pode ocorrer em casos de alcoolismo crônico.
Abaixo encontra-se uma tabela com o teor de vitamina C em cada alimento listado.
Tabela 2 - teor de vitamina C em alimentos.
Felipe Marques Nogueira
Estudante de Química - UnB
Referências bibliográficas:
VANNUCCHI, H.; ROCHA, M. M. Ácido ascórbico (Vitamina C). São Paulo: ILSI, 2012
Vitamina C. Disponível em: http://clinicaannaaslan.com.br/vitamina-c/
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