Muito se tem ouvido falar
sobre os radicais livres e seu papel em processos fisiopatológicos como
envelhecimento, câncer, aterosclerose, inflamação, etc. Mas afinal, o que são
os radicais livres?
Radical livre é definido como
qualquer átomo ou molécula altamente reativo, que contenha elétron
desemparelhado em sua última camada eletrônica, ou pode se dizer que possui número
ímpar de elétrons na última camada, podendo ser neutro, positivo ou
negativo. O que isso significa? Esses átomos ou
moléculas em busca de estabilidade eletrônica reagem com outras espécies doando
seu elétron solitário oxidando-se ou aceitando outro reduzindo-se.
Quando tratar-se de
agentes reativos patogênicos, o termo radical livre não é o termo correto, pois
alguns desses agentes não se encaixam na definição de radicais livres. Como em
sua maioria essas espécies reativas são derivadas do metabolismo do O2, o termo correto é
“espécies reativas do metabolismo do oxigênio” (ERMO).
Durante o processo de
respiração celular dos organismos aeróbicos, dentro da mitocôndria, parte do
oxigênio utilizado para formação de água e liberação de energia em forma de
ATP, é transformado em radical superóxido O2-*. Como esse processo
ocorre? O O2 ao entrar na cadeia transportadora de elétrons
na mitocôndria, sofre redução tetravalente ao receber 4 elétrons, formando H20. Porém durante esse
processo são formados intermediários reativos, como os radicais superóxido O2-*, hidroperoxila HO2-* e hidroxila OH-*, e o peróxido de
hidrogênio H2O2.
O radical superóxido O2-* é formado após a primeira redução do O2 e sua forma protonada é o radical
hidroperoxila HO2-*.
O radical hidroxila OH-* é considerado a ERMO mais reativa. Esse
radical pode levar a mutações no DNA se este estiver complexado a um metal e oxidar os grupos sulfidrilas (-SH) a pontes dissulfeto (-SS), inativando
proteínas (enzimas e membrana celular).
O Peróxido de
hidrogênio não é um radical livre por não possuir elétron desemparelhado em sua
última camada eletrônica. Porém ele é um intermediário do metabolismo do
oxigênio extremamente nocivo, pois participa da reação de formação do radical
hidroxila OH-*.
Os radicais livres podem também serem provenientes de fontes exógenas, principalmente através do cigarro,
alimentação, álcool, pesticidas, inseticidas, herbicidas, poluição do ar e
radiação solar.
Lorenna Rocha
Estudante de Química - UnB
Fontes:
Lorenna Rocha
Estudante de Química - UnB
Fontes:
Lima, M. H.; Oxygen in biology and biochemistry: role of free radicals .. In: K.B. Storey. (Org.). Functional Metabolism: Regulation and Adaptation. Hobocken, New Jersey: John Wiley & Sons, 2004, v. , p. 319-368.
Ferreira,
A. L. A.; Matsubara, L.
S. - Radicais Livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e
estresse oxidativo – Ver.
Ass. Med. Brasil (1997),
43, 61-69
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